terça-feira, 8 de maio de 2012

Consorciação e manejo de pragas

Por: Maria Thereza de Mendonça
PET-AGRO
Simultaneamente à crescente preocupação da sociedade com as questões ambientais, fontes renováveis de energia e segurança alimentar, observa-se também crescente preocupação da comunidade científica com a sustentabilidade dos modelos de exploração agrícola vigentes. Os sistemas de cultivo agrícola sustentáveis utilizam diferentes formas de manejo das culturas e do ambiente. O cultivo consorciado, que consiste na utilização de duas ou mais culturas na mesma área, não necessariamente semeadas ao mesmo tempo, mas com ciclos e arquiteturas diferentes e convivendo por boa parte de seu desenvolvimento, tem proporcionado redução significativa de insetos-praga e plantas espontâneas, sem reduzir a produtividade, proporcionando aumento no rendimento físico e financeiro por unidade de área e eliminando a utilização de substâncias químicas para proteção das culturas. O pesquisador da Embrapa Café, Júlio Cesar Santos, observou que o consórcio de café com leguminosas auxilia no controle de plantas espontâneas, diminuindo a necessidade de capina mecânica. Júlio Cesar ressaltou ainda os benefícios do consórcio na redução da compactação do solo, no controle da erosão e na fixação do nitrogênio. A professora Ana Maria Junqueira, da Faculdade de Agronomia Universidade de Brasília (UnB), trabalhando com estudantes de graduação e pós-graduação, observou redução significativa na presença de plantas espontâneas e insetos-praga, quando as culturas de alface, quiabo e rabanete foram consorciadas. Neste caso, a professora observou também aumento significativo na diversidade de artrópodes benéficos associados às culturas. Portanto, a consorciação de culturas se constitui em técnica de cultivo que pode ser utilizada em grandes e pequenas áreas, trazendo enormes benefícios aos produtores rurais. 

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