Por: Bruna Pinheiro, colaboradora do PET-AGRO
Em 1920, na Áustria, nasceu Ana Maria Conrad. Com ascendência nobre, morou
em um castelo, onde teve início sua relação com a natureza e a agricultura por
meio da produção de trigo e criação de gado de leite. Foi uma das primeiras mulheres
a se formar em Agronomia na Universidade Rural de Viena, onde também graduou-se
em Ciências Florestais e doutorou-se em Nutrição de Plantas. Ainda na
Universidade, ela conheceu Artur Primavesi e se casaram em 1946. Com o fim da
Segunda Guerra Mundial e a Europa desolada, o casal veio para o Brasil para
começar uma vida nova. Em São Paulo, deram início à trajetória como
profissionais da Agronomia no país. O casal também atuou na UFSM-RS. Em 1979,
Ana Maria Primavesi lançou o seu mais conhecido livro, Manejo Ecológico do
Solo. No ano seguinte, aposentada, Ana Primavesi mudou-se novamente para São
Paulo e, na cidade de Itaí, instalou-se em um sítio onde pôde colocar em
prática todas as suas teorias. Desde então, ela tem viajado a América Latina ministrando
cursos e difundindo a agroecologia. Em 2002, durante uma entrevista para a
revista de Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, quando questionada
sobre o que é o manejo ecológico do solo, ela respondeu que para que haja manejo
ecológico do solo, deve-se levar em consideração a importância da limitação da profundidade
em que o solo pode ser trabalhado, bem como da manutenção da matéria orgânica
em sua superfície. Segundo ela, o maior equívoco do manejo de solos no Brasil é
a utilização das práticas usuais em regiões de clima temperado. O tombamento de
camadas profundas do solo e a retirada da cobertura viva visando aquecimento
podem até ser benéficas naquelas regiões. Em nossas condições não se deve fazer
aração profunda. Tem que ser rasa porque a terra abaixo de 30 cm está morta. Na
América do Norte é o contrário, lá a terra está viva até profundidades maiores
e ocorre agregação do solo por congelamento, o que não existe em nossas
condições. Segundo ela, se o meio ambiente não é preservado, a produção sempre
vai ser baixa. Ela exemplifica afirmando que se metade da área for florestada é
possível colher idêntica quantidade à que é colhida hoje no dobro de uma área
que sofra com a ação dos ventos. Então, quando dizem que não podem recuperar o
meio ambiente, pois precisam de toda a área para plantar, o que acontece é que
produzem menos. Para refletir - Considerando o que é defendido por Ana
Primavesi, em nossas áreas, além de não estarmos preservando ou protegendo o
meio ambiente, estamos produzindo menos do que é possível produzir.
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Ana Primavesi Uma vida dedicada à produção sustentável |
BRIXIUS, L. O combate
à pobreza é básico e depende da recuperação ambiental e da Agroecologia. Agroecol.
e Desenvol. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez
2002.
http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-rural/v/agronoma-ana-maria-primavesi-e-referencia-para-cientistas-e-agricultores/2140900/
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